quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Concebi-te.

Em um momento de pura poesia
Conceber-te foi dor e alegria
Alegro-me e sofro...
Em dores agora, sonhando-te
Nutro-te e alimento-te
Há muito de mim em ti.
É hora ,chamo-te ao mundo.
Anseio tê-lo
Cuidá-lo em desvelo
Tê-lo em minhas mãos.
Embrião amado,
Meu ser fragmentado.
Em ti,muito de mim!
Estou em ti
Em cada linha e verso
Meu livro amado!

Lendo o poeta.

Nas páginas de um velho livro,
O poeta fala de tristezas e alegrias
Das misérias da sua humanidade
Tão inerentes ao ser mortal que somos.

Encontro-me nas palavras do poeta,
Em suas coisas ditas,vividas
Porque nisso somos iguais...
Na busca da felicidade almejada.

Tenho o mesmo cansaço do poeta
As lutas,dúvidas e fracassos
Noites mal dormidas,embaraços
Da vida as noites sem luar.

E sigo assim, a chorar a dor do poeta...
Sou tão imperfeita!
Eternidade desfeita
Em um instante só.



Desejo abstrato.

Anotei em mente um anseio qualquer
Nem discerni qual é.
Talvez o abrir de portas.
E aqui assento em papel branco
E caligrafia torta,
Esse anseio anônimo e abstrato
Que surge em pensamento como a face
De um antigo retrato,rasurado
Pelo efeito do tempo...
Estranho não saber o que se anseia,
Viajante errante que caminha,vagueia
Sou eu nesse caminhar sem saber.
Desejando decifrar sonhos
Almejando o abrir de portas.
E assentando com palavras tortas
As coisas dessa vida rota
Sem bússola e sem leme...




Pudera eu...

Desfazer essa química louca,
Despir a vida dessa suja roupa.
E tudo,tudo transformar.


Agora estou presa,
A vida é água eu sou represa
Em mim nada flui...


Não há ninguém,
Não há nada.
Só dor em minh'alma.



PALAVRAS.

Palavras são flechas,são facas.
São forte,são fracas.
Ditas ou pensadas,
São águas que correm.
São vida e não morrem.
São rios profundos,
Palavras são tudo!

Se falam ou calam,
Se incisivas são,
Ferem ou curam
Nosso coração...
São palavras!
Se calam ou gritam,ressoem.
Sejam gaivotas e que  livres voem!

Palavras são limpas,são belas e puras.
Às vezes são brumas ou são pedras duras.
São chuva suave ou são temporais.
Tantas coisas dizem,
E que falem mais!
São profundo poço,são da vida esboço.
Palavras são vida!

Poetisa,eu?

Sou uma voz
Em meio ao deserto da vida
Clamando sem ninguém ouvir.

Um coração amante de poesia e  vida
Querendo doar alegria
Ou qualquer sentimento bom.

Poetisa,não...
Apenas divido esse pão.
Vejo estrelas no chão e no céu flores...

Choro sorrisos
Sorrio dores
Sinto da vida sabores.

Sou alguém,
Sou ninguém.
Sou milhão,
Sou vintém.
Fração de segundo...





Mãe.

Sinto saudade
Do tempo pouco que tivemos
Momentos de risos,poucos...
Do tempo que eu era parte de ti.

Em um tempo distante,
Antes da vida nos separar
E ficarmos tão ausentes
Sinto saudades...

Das vezes que me olhastes com olhos de mãe
Abençoando-me,intercedendo por mim
Querendo-me perto do teu seio materno.

O tempo,a vida
Separação,distância
Agora a morte a nos separar.

Silêncio nessa paz do teu sono
Na dor da saudade
A espera do despertar.

Um dia nos encontraremos de novo
No novo mundo,tempo de Deus
Ressurreição resgate dos seus
Derrota do Hades,vitória da vida!

Verborragia.

Verborrágica,
Esvaio-me em palavras
E a vida escorre pelos dedos do tempo.

Sopra o vento
E a vida continua a esvair-se
As  palavras são pisadas no lagar.

Guardadas no odre da eternidade
Para serem ditas e finamente em um momento triste,
Calarem-se definitivamente...

Chegará esse triste instante
De dor profunda,
Entrega,inexistência.

Mas enquanto não chega,
Por esse breve tempo,
Me esvairei nessa doce poesia.

A poesia é doce
A taça está cheia
Sorvamos...
                            Elenite Araujo.



Vida.





           Anseio vida.
             Cansei dessa lida.
                Poesia perdida...
                   Rasguei meu barco
                      Me fiz em pedaços
                         Cansei dessa lida
                             Esse viver sem vida
                                 Essa partida ao ficar
                                     Em despedaçar a dor
                                         Despetalar da flor
                                            E ficar perdida
                                               Anseio vida!
           

                                                                     Elenite Araujo.

sábado, 1 de outubro de 2011

 Seja amor.


Meu doce presente
De mim nunca se ausente
Seja quem sente todo meu amor!
Seja meu,
Como sou tua.
Seja estrada,
Casa e rua.
Meu caminho,
Meu destino,
Meu menino.
E de mim jamais se afaste!
E que nosso amor nunca se gaste
É tudo que quero da vida!
Que sejamos só de encontros 
Nunca despedida!
Pois meu amor por ti é eterno!
Seja sempre meu
Meu coração é teu,
Amor da minha vida!
Amo-te!



sábado, 24 de setembro de 2011

Materna.

Aprendendo em dor,parto.
De mim me separo,aparto.
aprendo contigo,releio teu livro.

Caminho teus passos,
Carrego tuas dores,
amo-te em múltiplos amores.

Nada posso fazer por ti,
Remir-te dessas imperfeições,
Poupar-te das dores...

Pedindo aos céus por ti,
Nada podendo dar-te,
Levando comigo as dores,
por eu  ser mãe,e tu filha.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Espetáculo!

  No espetáculo da vida sou o triste palhaço                            *Autoria: Elenite araujo.
  No rosto um sorriso,coração em pedaços
  Na arena o mártir de logo mais,eis as feras!
  Aos que assistem,eis o sangue!
_Vermelho e ainda vivo,esvaindo a vida!

  Não é isso que almejam todos?
  Eis o meu coração,em uma bandeja de cristal!
  Ainda vivo e pulsante,ainda que fraco,ei-lo!
  Meu ato de sorrir ainda em dor,
  Esse gosto de morrer chorando,não lhes dou!

  Eis-me aqui,ainda viva!
  Até que morra a última célula,algo em mim
  Ainda sorrirá de algum jeito.
  À vida atroz,algoz,meu protesto:um sorriso.
  Aos que torcem para as feras,minha indiferença!

   Meu desprezo a tais,dou como último ato
 _Nem ódio nem amor,nada lhes dou!
   A não ser este sorriso,saturado de dor
   Mas ainda sorriso! Sorrindo de modo
   Incisivo,cortante,invejável!

POESIA E VIDA.