Ortografia da vida.
Ganhei um texto escrito em parte
Era minha história,a parte que não pude decidir
Estava escrito que eu nasci ali, que era filha de quem não escolhi
Estava escrito a cor dos meus olhos,a cor da minha pele
O tempo passou e eu fui vendo novas letras,
Novas palavras,frases sentenças...
Fui percebendo que nada era assim tão definitivo,exceto
O que já veio pronto:meu código genético,o mapa da vida.
Mas a cada novo amanhecer eu ganhava uma página em branco.
E alguns me ajudaram a continuar a escrita.
Sendo eu a pena e a letra, da minha poesia-vida.
Algumas vezes esbarrei em um ponto final (.)
E eu lhe disse não! Não aceito o fim,mantenha-se longe de mim!
E logo vinham as reticências (...) dizendo-me prossiga.
Nada é chegado ao fim pois a sua vida começa aqui...
E eu continuava a caminhada em meio à poeira da estrada.
E do nada caía uma exclamação,fazendo disparar o coração!
E que susto me dava! (!)
Então a história indagava à memória:
Lembra-te que tens que seguir?
Eu respirava fundo e caminhava.
Ah que longa história...
Quanta lembrança,memória.
Quanta distância agora das letras iniciais.
E houve alguns finais...
E recomeços
E o fim, ainda não faz parte de mim.
Porque
Sonho,
Espero,
vivo
Escrevo...
Elenite Araujo
Ei poeminha, pouse aqui na minha mão...
E lá vai ele voando!
Ei poeminha, pouse aqui!
Eu vou seguindo-o com o olhar
E ele, todo dono de si, se afasta mais!
Vem cá para que eu te poeme!
Para que eu te pendure no varal
Dos meus outros poemas...
Mas não é que o danado não se deixa convencer?
E eu fico aqui vendo-o voar a se afastar de mim!
E vai sem rima e sem métrica,
Me deixando aqui sem poesia
E lá vai ele voando!
Ei poeminha, pouse aqui!
Eu vou seguindo-o com o olhar
E ele, todo dono de si, se afasta mais!
Vem cá para que eu te poeme!
Para que eu te pendure no varal
Dos meus outros poemas...
Mas não é que o danado não se deixa convencer?
E eu fico aqui vendo-o voar a se afastar de mim!
E vai sem rima e sem métrica,
Me deixando aqui sem poesia